Todo Botafoguense sabe que nossa história, até mesmo na vitória, sempre tem um roteiro com muito suspense, sofrimento e aquela explosão de alegria no final, exatamente como aconteceu na Libertadores.
Após mais de cinco décadas torcendo pelo Botafogo, finalmente vi meu time disputar uma final de Libertadores mas, como sempre acontece, essa partida teve detalhes cinematográficos. Ainda estava nos preparos iniciais para torcer nessa final histórica quando, aos 29 segundos de partida, o jogador Gregore é expulso. Essa expulsão poderia decretar a derrota do Botafogo, mas tudo isso fazia parte de um roteiro complexo. Acho que é por causa disso que o Botafogo tem torcedores criativos como Vinicius de Moraes, Clarice Lispector, Fernando Sabino, Luis Fernando Verissimo, além de cantores, cantoras, atores, atrizes, cineastas e publicitários.
São vários detalhes impressionantes e que provam essa teoria cinematográfica, já que os gols do Botafogo nessa final foram marcados pelo camisa 7 Luiz Henrique, pelo camisa 13 Alex Telles e por Júnior Santos, quando faltavam 7 minutos para terminar o jogo. Dois números eternizados no Botafogo pelos jogadores Garrincha e Zagallo. Aliás, esses gols só aconteceram porque o técnico Artur Jorge teve coragem de manter o ataque do Botafogo, ao invés de incluir mais um zagueiro no time. Como todo filme, a final da Libertadores teve seus personagens principais garantindo um final feliz.
Esse ímpeto ofensivo permitiu que o time marcasse dois gols no primeiro tempo, fechando a metade dessa história que ainda estava um pouco longe de terminar. Logo no início do segundo tempo o Atlético marca o seu primeiro gol e tenta uma pressão final para empatar a partida. O Botafogo resiste bravamente e faltando 7 minutos para a partida terminar vemos Júnior Santos, o anjo das pernas confusas, entortar dois marcadores na ponta direita e partir com rapidez para marcar o terceiro gol do Botafogo e oferecer um final apoteótico em Buenos Fire.
Retorno com o troféu da Libertadores
Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro
Após esse título inédito e que classifica o Botafogo para o Mundial e o Super Mundial de clubes, o time retorna ao Brasil para um desfile gigantesco na Praia de Botafogo, esse lindo bairro que é a casa da Estrela Solitária. Do Galeão até Botafogo vimos as ruas do Rio tomadas pelos botafoguenses e vários comentaristas esportivos na TV engolindo o desprezo eterno pelo time de General Severiano. Aliás, o vídeo que o Botafogo fez para comemorar essa conquista tem uma trilha sonora perfeita para esse final.
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Depois do time sofrer em 2023 e perder um campeonato que estava praticamente ganho, nada melhor do que terminar o ano com essa fantástica música do Belchior:
“Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte, porque apesar de muito moço, me sinto são e salvo e forte
E tenho comigo pensado, Deus é brasileiro e anda do meu lado, e assim já não posso sofrer no ano passado
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”
Pode comemorar torcida botafoguense. É Tempo de Botafogo!