Futebol

Golzinho

O Golzinho deveria ser um esporte olímpico

Não tenho a mínima ideia de quem é o criador do famoso Golzinho, essa modalidade esportiva que praticamente todo mundo já jogou, pelo menos uma vez na vida.

Provavelmente o Golzinho surgiu no século passado, ou no anterior, ou, quem sabe, é até um esporte Pré-histórico, mas isso importa muito pouco, pois tudo mundo já jogou esse irmão mais novo do futebol. Só sei que na época que o Golzinho surgiu, não existia chuteira do Messi ou do Cristiano Ronaldo e todo mundo jogava descalço, para decepar a cabeça do dedão no asfalto, ou no máximo com um Kichute ou um Bamba.

As regras desse esporte são totalmente inexistentes, já que cada rua tinha um caga-regra para inventar algo fenomenal. Só vale gol fora da área, não pode ficar no gol, não vale gol antes do meio de campo e, a pior de todas, que era levar a bola. Pois todo caga-regra sempre tinha uma bola novinha e, se o time dele estivesse perdendo, acabava o jogo. Aliás, o jogo também acabava quando alguém isolava a bola na casa do vizinho, pois ela voltava furada, ou nunca mais era devolvida.

Assim era o Golzinho do século XX, esse esporte que deveria ser olímpico mas que, infelizmente, está em extinção. Falo isso porque praticamente não vejo ninguém jogando essa pelada na rua, pois todo quarteirão tem mais de uma quadra. Aqui em BSB não tem quarteirão, mas temos as quadrinhas esportivas em cada quadra do Plano Piloto, além dos espaços poliesportivos dos condomínios fechados.

O Golzinho morreu?

Por causa dessa proliferação de quadras, quase todas com uma escolinha de futebol, o Golzinho sumiu e, provavelmente, nunca estará nas Olimpíadas. Aliás, existe coisa mas chata que escolinha, de qualquer esporte, que você encontra em todos os cantos do Brasil?

Tem no condomínio e também nos clubes sociais, algo que me irrita bastante. Você paga a mensalidade do clube e quando vai jogar qualquer esporte, no meu caso basquete, tem sempre uma escolinha, com meia dúzia de alunos, para perturbar. Ou seja, você vai praticar uma modalidade esportiva no clube e acaba tomando uma cerva. Pois tem alguma escolinha nesse espaço, que deveria ser exclusivo do associado.

É uma pena que o Golzinho esteja praticamente extinto, já que esse esporte é um dos mais democráticos que eu conheço. Não tem limite de idade, não tem divisão por sexo, não tem regras definidas e seu campo pode ser quadrado, retangular ou redondo. Ou seja, o campo tem exatamente o espaço que está disponível na rua. Além disso, o Golzinho pode ter obstáculos como carros, motos, ou o muro de algum vizinho, que invadiu área pública. A trave era marcada com dois chinelos e para ficar mais profissional, colocávamos um chinelo sobre o outro. Já na praia, era só fincar o chinelo, em pé, na areia e começar a pelada.

Não sou daqueles saudosistas chatos, pois acho que o fundamento esportivo é algo muito importante para o desenvolvimento de atletas, algo que os países que dominam as Olimpíadas já fazem há muito tempo. Mas uma coisa é certa, quem nunca jogou um Golzinho no quintal, na rua ou na praia, não teve infância.

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Hugo Machado

Publicitário, Escritor, Botafoguense e praticante de vários esportes.

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