A FIFA está preocupada com jogadores subindo na bola, mas não faz nada contra o racismo e a violência de torcedores nas partidas de futebol.
Fico imaginando como a FIFA resolveu impor essas regras que vão destruindo a alegria do Futebol. Uma decisão bizarra e implantada na sede em Zurique, provavelmente determinada por duas ou três pessoas que detestam o futebol. Essa nova regra permitiria que o árbitros perseguissem o Anjo das Pernas Tortas, se ele jogasse futebol no século XXI. Garrincha driblava os adversários e retornava para humilhar um pouco mais os seus marcadores. Com certeza, algum árbitro de futebol mostraria o cartão amarelo, ou até o vermelho, se esse jogador fantástico jogasse no Botafogo hoje em dia. É exatamente isso que a FIFA está querendo impedir, a criatividade nas partidas de futebol e essa regra é muito medíocre.
Acho incrível que a FIFA tenha decidido punir os jogadores que sobem na bola e deixe um árbitro esperar 89 minutos para expulsar um jogador que só entra na maldade, como vimos no jogo entre Atlético MG X São Paulo. Também não entendo porque a CBF não consegue resolver o problema do VAR e deixa ele libera um áudio que sempre apoia a decisão do árbitro. São decisões que prejudicam o futebol e impedem que os jogadores sejam criativos dentro de campo. O drible e as jogadas de efeito são recursos utilizados em todos os esportes e, se conseguirem impedir essa alternativa, o futebol vai ficar mecânico e sem graça.
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A criatividade está no DNA do futebol
A medida, segundo a comissão de arbitragem da CBF, chega para evitar confusão nas partidas mas jogadores, como Memphis Depay, são totalmente contra essa nova determinação. Em ofício distribuído para as federações estaduais, a comissão de arbitragem da CBF diz que subir na bola com os dois pés gera transtornos generalizados nas partidas, além de risco de lesão para o próprio jogador.
Ou seja, a caretice vai tomar conta do futebol e inibir jogadas que levantam os torcedores nos estádios. Imagine se essa nova regra existisse em todos os esportes, desde o século passado. Provavelmente não teríamos a criação do saque Jornada nas Estrelas, ou o Viagem ao Fundo do Mar, recursos criados no vôlei e jogadas como a Ponte Aérea, criada por Marcel e Oscar, no Basquete.

Soteldo subindo na bola
Jogadas assim ampliam a presença de torcedores e fazem com que os times faturem ainda mais. Todo torcedor vai querer comprar uma camisa do Memphis Depay, ou Yeferson Soteldo depois de ver uma jogada criativa. É por causa desses lances desconcertantes que a camisa 7 do Botafogo está eternizada, pois Garrincha entortava e humilhava qualquer marcador que estivesse em sua frente. Manter essa regra absurda pode impedir que jogadores das categorias de base sejam ousados, já que a determinação da FIFA será aplicada em todos as partidas oficiais.
Espero que a FIFA reveja esse absurdo e vou encerrar esse artigo com o poema O Anjo das pernas Tortas, de Vinicius de Moraes.
“A um passe de Didi, Garrincha avança
Colado o couro aos pés, o olhar atento
Dribla um, dribla dois, depois descansa
Como a medir o lance do momento.
Vem-lhe o pressentimento; ele se lança
Mais rápido que o próprio pensamento
Dribla mais um, mais dois; a bola trança
Feliz, entre seus pés — um pé de vento!
Num só transporte a multidão contrita
Em ato de morte se levanta e grita
Seu uníssono canto de esperança.
Garrincha, o anjo, escuta e atende: — Goooool!
É pura imagem: um G que chuta um o
Dentro da meta, um l. É pura dança!”
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