Após enfrentar pedradas, um clima hostil e uma arbitragem comprometedora o Botafogo, sem cinco titulares, consegue um feito inédito e vai para a final da Libertadores 2024.
Sou botafoguense desde antes de nascer, mas não vi o famoso Esquadrão Imortal do Botafogo, que jogou entre 1957 e 1964. Esse time era uma máquina de jogar futebol e teve os seguintes jogadores durante esse período: Manga (Adalberto), Paulistinha, Tomé (Jadir), Zé Maria e Nilton Santos (Rildo), Airton e Pampolini (Édison), Garrincha, Didi, Quarentinha (Amarildo) e Zagallo (Paulo Valentim). Os técnicos dessa verdadeira seleção eram: João Saldanha (1957-1959), Paulo Amaral (1960-1961), Marinho Rodrigues (1961-1963) e Geninho (1964). Um time fantástico e, lógico, base da seleção brasileira de 1958 e 1962.
O Botafogo de 2024 também tem uma equipe excelente, tanto que chegou à final da Libertadores poupando 5 titulares na segunda partida, já que havia vencido o Peñarol por 5 a 0, no Nilton Santos. Depois da confusão com os torcedores uruguaios no Rio, é lógico que esse jogo da volta teria um clima hostil. Pois os uruguaios dizem que os torcedores do Peñarol foram atacados primeiro, mas não temos imagens desse ataque. Também já disseram que alguns brasileiros, que não eram torcedores do Botafogo, saquearam e queimaram um ônibus dos uruguaios.
Difícil dizer quem começou a barbárie, mas podemos dizer que a polícia não foi nada inteligente. Espero que a CONMEBOL, junto com as Confederações e times, resolva esse problema da violência, que é um espelho da nossa sociedade, para a Libertadores do ano que vem. Isso já passou dos limites e apresenta os vários erros do futebol brasileiro e internacional, como brigas entre torcidas e um racismo incontrolável, que reflete até na escolha da Bola de Ouro.
Jogadores comemoram a classificação
Botafogo joga sua primeira final de Libertadores
Já sabia que não seria um jogo fácil, pois o Botafogo estava sem cinco titulares importantíssimos, mas tinha certeza que o Peñarol não ia conseguir marcar 5 gols. Apesar do Botafogo de ontem não ser o time que sua torcida está acostumada a ver e que dá show nessa temporada. Se jogarmos 10 partidas contra o Peñarol, com o nosso time titular, vamos ganhar pelo menos 8. Isso pouco interessa agora, pois o Botafogo está na finalíssima da Libertadores e merece estar em Buenos Aires.
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Na capital Argentina o Botafogo vai enfrentar o Atlético Mineiro e com certeza teremos um jogo bem difícil pela frente. Artur Jorge sabe disse e vai fazer com que o time jogue o futebol que o Botafogo sabe. Um futebol arrebatador e que procura massacrar o adversário incansavelmente. Por isso, o técnico disse: “Vamos alimentar a nossa energia para poder perceber que somos capazes. De ter pelo menos a mesma missão do nosso adversário. Vamos com essa entrega para o jogo. Estamos na final e vamos disputá-la para vencer”.
Igor Jesus, Luiz Henrique, Almada e Savarino, esse ataque infernal do Botafogo, junto com os outros titulares, provavelmente vão balançar a rede adversária mais de uma vez. O time vai jogar para ganhar, mas também pode perder, porque o futebol sempre foi assim. Por isso o elenco precisa entrar forte nessa final e lembrar de um detalhe importantíssimo: “É tempo de Botafogo“.