Desde que o Botafogo anunciou que estava contratando o jogador Luiz Henrique, boa parte da imprensa esportiva começou a criar análises absurdas, mostrando como o Status Quo do futebol brasileiro está incomodado.
Essa nova fase acontece logo após o Botafogo virar SAF, pois o time mudou completamente o seu perfil de contratações e acertou com jogadores que nunca vestiriam a camisa do alvinegro. Algo como a compra de Luiz Henrique, onde o Fogão pagou 16 milhões de euros (R$ 86 milhões) e pode chegar a pagar mais 4 milhões de euros (R$ 21,5 milhões). Vi vários jornalistas esportivos dizendo que o jogador é uma contratação do John Textor. Algo totalmente surreal, pois parece que esses profissionais não aceitam que o Botafogo tenha um investidor. Um procedimento totalmente normal em várias ligas espalhadas pelo mundo e que já acontece há muito tempo na NBA.
NBA e SAF
Aliás, a NBA tem milhões de fãs espalhados por vários continentes, justamente por causa desse investimento privado, pois o esporte de alto desempenho precisa ser capitalista. Seria algo bem utópico que times como os Lakers, ou Golden State, fossem mantidos pelo Estado. Principalmente na terra do Tio Sam, onde nem a vacina é gratuita. Não sou um profundo conhecedor de como a NBA funciona, mas sei que isso nunca foi algo muito claro, nesse quase um século da liga de basquete. Alguns dizem que a NBA é uma empresa privada, mas sua constituição e estatutos a definem como uma Associação. Portanto, todas as decisões são tomadas por um Conselho, e a relação entre esses membros é totalmente contratual. Ou seja, todo time da NBA tem um dono e essa pessoa é responsável pelo investimento.
Esse é o sonho de vários dirigentes do futebol brasileiro, que tentam criar um liga independente para o futebol, para retirar o controle das mãos das Federações e da CBF. John Textor, empresário que comprou parte do Botafogo, tenta criar essa liga desde quando chegou ao Brasil. Mas é complicado convencer os presidentes de cada time e também os canais de TV e Streaming, que lucram muito com as transmissões.
A contratação mais cara da história do futebol brasileiro
Não é de hoje que o principal objetivo de um clube de futebol, é se sair bem em campo, entreter os fãs, contribuir para a sociedade e dar sentido à vida de várias pessoas. Mas, para fazer isso, o clube precisa de muito dinheiro e, lógico, ser lucrativo, o que nem sempre acontece. Luiz Henrique é a contratação mais cara da história do futebol brasileiro, apesar da imprensa tentar criar factoides, para reduzir o peso dessa conquista botafoguense. Disseram que ele vai ficar 6 meses e até que o jogador não tinha aceito a proposta do Botafogo. Por isso que eu pergunto: a quem essa desinformação interessa?
É o que eu falo no título desse artigo, contratar o jogador mais caro da história do futebol brasileiro, balança as estruturas do Status Quo. Pois alguns times recebem muita grana de Estatais e do mercado privado, por isso negociam valores mais lucrativos para o clube. O Botafogo está cutucando esses times e, apesar de ter vacilado no campeonato de 2023, vai cutucar ainda mais. O Clube tem um excelente estádio, está criando um marketing agressivo, tem uma grande empresa responsável pelo material esportivo e, aos poucos, vai construindo um time de futebol que vai brigar em todos os torneiros.
Quem ganha com isso, é o próprio futebol brasileiro, que passa a ter estádios mais cheios e uma visibilidade internacional. Portanto, a imprensa esportiva precisa deixar de amar o passado e entender que o novo sempre vem.