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Botafogo no Mané Garrincha cercado

Após participar de um mosaico do Botafogo e assistir ao empate do time, que garante a permanência na liderança, preciso criticar a total descaracterização do Mané Garrincha, que entristece o Eixo Monumental.

O último jogo do Botafogo que assisti no Mané Garrincha foi contra o Goiás e na época o Seedorf jogava no Glorioso. Fui também ao jogo do Brasil contra a África do Sul, pelas Olimpíadas do Rio, em 2016. Aliás, nessas Olimpíadas vimos que é possível ter uma organização em jogos de futebol, pois as cadeiras eram numeradas e seu lugar estava sempre garantido. Algo completamente diferente da desorganização completa desse jogo do Campeonato Brasileiro, onde você paga para entrar e reza para sair.

Depois que foi privatizado, o Mané Garrincha cercou toda a área ao redor do estádio e o torcedor precisa driblar todos esses obstáculos para entrar ou sair. São várias etapas de grades e nem Garrincha conseguiria passar por esses empecilhos com muita facilidade. Principalmente se você não quer pagar o valor absurdo do estacionamento, que está em área pública. Quem está a pé precisa andar junto com os carros, pois não existe uma entrada exclusiva para pedestres.

A saída ainda é pior e precisamos pular obstáculos, se não quisermos sair pela única via aberta que o Mané Garrincha oferece. Não contei, mas parece que existem 3 cercas em volta do estádio, que antes era aberto para caminharmos do jeito que bem entendêssemos. Aliás, deveriam alterar o nome do estádio para o de algum jogador retranqueiro, pois Garrincha tinha um espírito livre e passeava em campo com as suas pernas tortas.

Mané Garrincha

Apesar de vários problemas, inclusive a dificuldade para encontrar uma cadeira vazia na Inferior Leste, a festa da torcida do Botafogo animou o jogo antes e durante o jogo. Criaram um mosaico, o primeiro fora do Nilton Santos, um pouco antes do início da partida e participamos desse painel com letras e escudos do Botafogo. É impressionante como os organizadores conseguem criar algo assim, sem treino algum e apenas com algumas informações minutos antes da torcida levantar as placas que formam o mosaico.

Em campo, o time misto do Botafogo não conseguiu balançar as redes e teve um gol anulado, por centímetros, pelo maldito VAR. Mesmo com esse empate, o Alvinegro mantém a liderança do Brasileiro e na próxima rodada enfrenta o Athletico Paranaense. Vou seguir o Botafogo e não comentarei o pênalti ridículo que marcaram à favor do Palmeiras.

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Prefiro falar sobre a experiência incrível que é ir ao estádio com seu filho ou filha, algo que todo pai e mãe deveriam fazer. Meu filho já viu o Seedorf, quando tinha 3 anos, e agora teve a chance de ver Thiago Almada, Luiz Henrique, Igor Jesus, John e outros jogadores desse fantástico elenco do Botafogo. Apesar, como disse acima, da Inferior Leste ter mais torcedores que cadeiras e já reclamei ,com a empresa que vende os ingressos, sobre esse problema. Além disso, o Mané Garrincha só vende a porcaria da Amstel, que custa 15 Reais nos bares xexelentos do estádio.

Mas nada disso impediu a emoção de cantar “E ninguém cala. Esse nosso amor. E é por isso que eu canto assim. É por ti, Fogo. Fogo ô-ô-ô. Fogo ô-ô-ô”, ao lado do seu filho e junto com a torcida.

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Hugo Machado

CEO da Host Marketing Digital, Publicitário, Escritor, Botafoguense e praticante de vários esportes.

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