A ciência pode explicar tudo, mas torcer para o Botafogo, esse time da estrela solitária, é algo simplesmente inexplicável e que apenas os botafoguenses entendem.
O novo Botafogo voltou a ser aquele time dominante, uma equipe que os torcedores antigos conhecem muito bem. Enquanto as outras torcidas assistem ao jogo para esquecer da vida, os botafoguenses ligam a TV, ou vão ao estádio, para entendê-la melhor. Aliás, o torcedor do Botafogo deve ser de humanas, pois vários que conheço são jornalistas, publicitários, cineastas, artistas de diversas áreas, mas vou ficar só com os escritores. Vinicius de Moraes, Clarice Lispector, Luis Fernando Verissimo, Otto Lara Resende e Dostoiévski que, certamente, seria torcedor do Botafogo. Pois o Manequinho é um dos mascotes mais socialistas que eu conheço, já que vários torcedores vestiram essa estátua com as camisas dos seus times.
Paulo Mendes Campos, outro escritor e torcedor do Botafogo, escreveu algo que define bem esse time: “O Botafogo é mais abstrato do que concreto; tem folhas secas; alterna o fervor com a indolência; às vezes, estranhamente, sai de uma derrota feia mais orgulhoso e mais Botafogo do que se houvesse vencido; tudo isso, eu também.”
Brilhando novamente
Os últimos jogos do Botafogo foram simplesmente sensacionais, ganhou 2 vezes do Palmeiras, em 3 jogos, e goleou o Flamengo para assumir novamente a ponta do Campeonato Brasileiro. Aliás, nos últimos 5 jogos contra o Palmeiras foram 3 vitórias, 1 empate, apenas 1 derrota e uma classificação para as quartas de final da Libertadores. O Botafogo vai pegar o São Paulo, um time que já foi beneficiado pela arbitragem na semifinal de 1981. O atual time do Botafogo é melhor do que o do São Paulo, mas futebol não é uma ciência exata.
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Certamente alguns comentaristas da ESPN e do SporTV vão dizer que o São Paulo é favorito, mas isso é bom para o Botafogo, esse time supersticioso que voltou a encantar o mundo do futebol. Aliás, essa estrela nunca deixou de brilhar, sempre entre o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar.
