Quem gosta de futebol arte precisa lamentar muito a derrota do Brasil para a Itália, na copa do mundo de 1982.
5 de julho de 1982 é, provavelmente, o dia mais triste do futebol brasileiro e eu nunca esquecerei desse jogo. Nessa Copa da Espanha a Seleção Brasileira tinha Waldir Peres, Leandro, Oscar, Falcão, Luizinho, Júnior, Sócrates, Toninho Cerezo, Serginho, Zico e Éder. Um time inesquecível e que jogava no ritmo de Voa, Canarinho, Voa, samba cantado pelo craque Júnior. Povo Feliz é uma composição de Memeco e Nonô do Jacarezinho e até hoje faz sucesso. Esse time, na minha opinião, só precisava trocar Waldir Peres pelo Paulo Sérgio e Serginho por Roberto Dinamite.
Continua Depois da Publicidade
Tragédia do Sarriá
A história das Copas do Mundo é cruel e o Brasil já teve outras derrotas decepcionantes, além dessa na Espanha. A derrota para o Uruguai por 2 a 1 em 1950, no Maracanã, e a humilhante goleada para a Alemanha por 7 a 1 na semifinal de 2014, no Mineirão lotado. Mas acho a derrota para a Itália uma das mais dolorosas. Essa partida valia uma vaga na semifinal do Mundial de 1982 e ficou conhecida como a Tragédia do Sarriá. Essa partida mudou a história do futebol brasileiro e decretou o fim de nossas seleções ofensivas.
Seleção Brasileira de 1982
A Seleção Brasileira de 82 era comandada pelo técnico Telê Santana e, bem antes do Tiki-taka, encantava qualquer fã do futebol. Essa inexplicável derrota por 3 a 2, para uma Itália bem limitada, aconteceu no estádio Sarriá, em Barcelona. O time tinha uma escalação totalmente ofensiva e se não fosse o erro de passe do Toninho Cerezo, o Brasil poderia ter antecipado o tetra campeonato, que só veio em 1994, 12 anos depois e com Dunga no meio de Campo.
Ou seja, a seleção de 1982 é a última que jogou um futebol envolvente e com cara do Brasil, apesar da derrota. Um time com ginga, balanço, ritmo e a alegria do povo brasileiro. Nessa época o torcedor vestia a amarelinha da seleção com orgulho e até cantava esse samba no churrasco:
“Voa, canarinho, voa / Mostra pra esse povo que és um rei…”
